A esquerda nos USA e seu discurso contraditório: Kamala Harris e a contradição no debate sobre armas

Às vésperas das eleições nos Estados Unidos, Kamala Harris, candidata à vice-presidência pelo Partido Democrata, levanta um tema que, ironicamente, expõe sua própria contradição. Em uma tentativa de se aproximar de eleitores conservadores, Harris revelou que possui uma arma para defesa pessoal, mas defende o endurecimento das leis que limitariam o acesso dos cidadãos comuns a esse mesmo direito. A mensagem que fica é clara: a segurança parece ser um privilégio reservado para aqueles que ocupam altos cargos, enquanto ao povo cabe obedecer às restrições.

Harris afirma possuir uma Glock para proteção, justificando que reagiria com violência caso sua residência fosse invadida. Mas, ao mesmo tempo, sugere que cidadãos comuns tenham restrições mais severas ao acesso a armas de fogo, argumentando que leis mais rígidas são necessárias para “manter as comunidades e as crianças a salvo.” Esse discurso, ainda que revestido de boas intenções, carrega uma contradição difícil de ignorar. Como pode a vice-presidente, alguém que dispõe de segurança oficial, advogar por um direito de proteção pessoal enquanto propõe que o mesmo seja restringido ao povo? Essa aparente hipocrisia parece alheia ao que verdadeiramente preocupa milhões de americanos: o direito à autodefesa.

Defensora de proibições contra armas de assalto e verificação de antecedentes, Harris também sugere “zonas vermelhas” e regras mais rigorosas de armazenamento. No entanto, falta clareza sobre como essas regras se aplicariam a ela ou a outras figuras de alto escalão que têm proteção garantida. Afinal, as leis e restrições que Harris defende poderiam limitar ainda mais o acesso da população a armas de defesa, sem afetar aqueles que têm recursos para contornar essas leis.

Outro ponto importante é o que sua postura simboliza. A mensagem que os cidadãos recebem é a de que sua segurança não é uma prioridade, e que a vice-presidente estaria mais interessada em preservar sua imagem e acalmar setores de seu partido do que em defender o direito legítimo do americano comum a se proteger. Enquanto muitos temem pela própria segurança em suas comunidades, Harris parece viver em uma bolha onde a questão da proteção pessoal se resolve com discursos sobre “zonas vermelhas” e medidas de controle.

Essa atitude reforça uma lógica de dois pesos e duas medidas. É aceitável que uma vice-presidente tenha uma arma para uso pessoal, mas o cidadão comum, que vive o risco da violência diária, deve ser contido por medidas mais rígidas? Essa visão é não apenas limitada, mas também distanciada da realidade de quem não conta com equipes de segurança.

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